sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Atlético Mineiro e o sucesso do Cruzeiro


Ronaldinho Gaúcho
Você se lembra do dia 4 de junho de 2012? Se for cruzeirense, provavelmente não. Se for atleticano, talvez sim. O fato é que esse foi o dia em que Ronaldinho Gaúcho aparecia pela primeira vez na cidade do Galo com a camisa alvinegra. Bom, se vamos falar do Cruzeiro, porque lembrar disso? Muito simples, o sucesso desse grande time celeste que está prestes a conquistar mais uma tríplice coroa, pode ter começado na tarde daquele 4 de junho.

Vamos aos fatos; a chegada do Gaúcho ao Galo pegou muita gente de surpresa, muitas criticas ao presidente Kalil, principalmente pela má fase e pelo desinteresse do craque em jogar futebol. Porém o que seria uma “tragédia anunciada”, se transformou em um dos maiores acertos do Atlético em toda a sua história. O clube quase foi campeão brasileiro, classificou para Libertadores de 2013, venceu e se firmou no cenário Nacional.

Já o Cruzeiro, após quase ser rebaixado no brasileirão de 2011 e que vinha caminhando pelo mesmo caminho em 2012, contratou Celso Roth para trilhar um caminho que não levasse a equipe a “segundona” e, que ao menos conseguisse uma posição intermediaria na tabela, conseguiu. O elenco era feito de jogadores medianos como, Wellington Paulista, Leandro Guerreiros entre outros. Com a exceção do goleiro Fábio e do argentino Montillo, responsáveis por carregar o time nas costas.

E quando o “Gigante” acordou?

Alexandre Mattos
O primeiro grande passo do Cruzeiro para os atuais dias de glória, foi no dia 5 de março de 2012, com a chegada do dirigente de futebol Alexandre Mattos, um dos principais responsáveis pela montagem do atual elenco. Em sua apresentação ele parecia prever o futuro; “O Cruzeiro sempre vai entrar para vencer. Estou pensando grande. Não achem que eu penso em fazer boa campanha. A gente chega com desejo de formatar conquistas.”

Em meio a tudo isso entra a velha e imortal rivalidade entre Cruzeiro e Atlético. O sucesso do Atlético com Ronaldinho e com a prioridade em jogar no Independência foi tão grande, que o Cruzeiro logo deu o segundo grande passo, o despertar de um sono profundo. O Cruzeiro logo viu que não dava para ficar disputando campeonato apenas por disputar, vender jogadores para pagar rombos no caixa como vinha acontecendo a anos e anos.

Após o fim da pífia temporada e com a entrega do novo Mineirão, o Cruzeiro deu o terceiro passo, fechou um contrato com o estádio visando o presente e o futuro, contestado por muitos que não tinha noção do que a diretoria estava programando. Como um bom “mineirinho” que come pelas beiradas, o Cruzeiro vendeu o Montillo por uma boa grana e trouxe de quebra o volante Henrique de volta para a Toca. Contratou o meia Diego Souza logo em dezembro daquele ano e já sinalizou para a torcida que bons ventos estavam para chegar em 2013.

Éverton Ribeiro e Dagoberto
E os bons ventos vieram, com o caixa equilibrado e um estádio novo, pronto para ser explorado, a diretoria celeste fez “explodir” o programa Sócio Torcedor” e, o melhor marketing e investimento para o programa dar certo, foi o próprio elenco. Apostou em um treinador sério e competente, que precisava de confiança, apesar do “passado alvinegro”, nada que o impediria de fazer um bom trabalho e fez e continua fazendo. Contratou jogadores específicos para cada posição, além de se livrar dos jogadores de baixo nível técnico.

E quando a maré tá boa…

A gente colhe o que planta... e é isso que o Cruzeiro vem colhendo, apostou forte na base e vem obtendo grandes feitos com isso, desde 2013 foram vários jogadores revelados e alguns já até renderam boas granas para o time, como o atacante Vinícius Araújo e o zagueiro Wallace, o primeiro vendido para o Valência e o segundo para o Mônaco por 3,5 milhões de euros (50% do passe) e 9,5 milhões de euros respectivamente. No atual elenco ainda tem grandes valores da base, como o lateral direito Mayke, o volante Lucas Silva, e o Meia atacante Alisson, além de outros bons jogadores que vem sendo relacionados para as partidas, como o volante Eurico e o atacante Judivan.

Entretanto, onde o Cruzeiro mais acertou foi nas contratações, possui um elenco sólido com no mínimo dois bons jogadores por posição, buscou reforços de qualidade, como Dagoberto, Nilton, Dedé, Bruno Rodrigo, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro entre tantos outros, e ainda contou os bons ventos ao conseguir negociar o meia Diego Souza e praticamente trazer de graça o atacante Willian que caiu como uma luva na equipe em 2013. Fez algumas apostas em jovens promessas como Lucca, Marlone e Neilton, mas nenhuma delas vingaram, o último ainda é bastante jovem e precisa de tempo e oportunidades para mostrar porque veio.

Alexandre Kalil e Levir Culpi
Com um faturamento anual girando em torno de 60 milhões por ano, o que podemos prever é um time estável por muitos anos e que sempre vai brigar pelo topo das tabelas. Assim como o sucesso do Atlético pode ter sido responsável por esse “boom” da Raposa, agora é a vez do Cruzeiro fazer bem ao Galo. A loucura e o amor do presidente Kalil pelo Atlético, alinhado a calmaria e sensatez de Levir Culpi, fez com que formassem uma dupla capaz de reerguer a motivação do elenco alvinegro para não ficar para atrás do Cruzeiro. E parece que deu certo, finalista da Copa do Brasil e brigando pelo G-4 do Brasileirão, o Atlético já mostrou que não vai querer ser o segundo de Minas, basta o Kalil continuar sendo mais racional do que emocional e continuar lutando para que o Galo mantenha o bom nível por longos anos, assim como é a perspectiva do Cruzeiro. Minas Agradece.

Por: Breno Cota Neves

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